Este libro me llamó desde el estante de una librería de Lisboa. Fue su título. Quizás porque a mí también "a veces/ se me escapan las palabras de las manos".
Su autor es Américo Morgado. Aquí dejo uno de sus poemas:
A voz se cristalizou
Uma lágrima
caiu-me sorrindo
gotejando de minhas mãos.
Só duas!
tão pouco
para conter o choro
de uma lágrima,
mesmo sorrindo
é dor que corre
sem alivio.
Tantos sãos os meandros
escolhos como sargaços
em mar revolto, sem o abrigo
para o som de palabras
sem boca que as pronuncie,
a alcançar a lonjura gélida
onde a voz cristalizou
no que dizes e aí ficou.
Américo Morgado, Das tuas mãos caem palavras, Ed. Atelier, 2008.
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